Viajar pela Europa é maravilhoso, mas pode ser muito cansativo. E sapatos confortáveis são fundamentais.
Nesta última viagem, andei tanto, que furei a sola de um sapatinho cômodo e querido. Larguei-o, com muita pena, em Marseille, antes de voltar para Londres.
Acho que só é possível conhecer bem uma cidade quando se anda a pé! Só assim dá para se sentir a energia do lugar: olhando as pessoas de perto, descobrindo caminhos, vendo vitrines e observando os costumes.
Adoro embrenhar-me por ruelas e becos desconhecidos, sem saber bem o que vou encontrar pela frente. Perder-me e depois encontrar-me não tem preço!
E é só voltar para São Paulo para eu ficar em crise com meu carro. Sempre volto querendo vendê-lo para começar a caminhar mais ou usar só os transportes públicos. Mas num instante desisto da idéia. Nossa realidade é completamente diferente da que se encontra na Europa. Aqui, andar a pé é inseguro, principalmente à noite. As distâncias são muito maiores e os transportes públicos não correspondem às nossas necessidades.
Na Europa, ao contrário, a menos que se tenha filhos pequenos e que se costume viajar muito pelos arredores, não há necessidade de se ter um carro.
Aliás, andar de carro nas grandes cidades européias é bem complicado. O preço da gasolina é alto e dificilmente se consegue lugar para estacionar.
Andar de táxi, só de vez em quando. As corridas, geralmente, são bem salgadas. Cobra-se, ainda, cada volume transportado, exceto a bolsa de mão, e os motoristas não aceitam fazer qualquer corrida e nem levar mais de três passageiros. Assim, dois casais, jamais podem dividir um único táxi. São obrigados a pegar dois.
Portanto, quando não se consegue chegar a pé aonde se deseja, resta apelar aos transportes coletivos.
Nas grandes cidades européias, o metrô é a grande opção.
Basta entender como funcionam as linhas, para se chegar a qualquer parte. As estações são enormes e muitas vezes decoradas com outdoors ou motivos alusivos ao bairro em que se situam. Muitas são extremamente sujas, devido ao número absurdo de usuários. E é preciso ter boas pernas para se enfrentar as muitas escadas, já que nem todas as estações têm elevadores. Em Londres e Paris, por exemplo, anda-se "quilômetros" para se chegar à plataforma de algumas linhas. E as estações estão sempre lotadas de dois tipos de pessoas. Os apressados, na maior parte das vezes locais, e os lerdos e enrolados, geralmente turistas, perdidos entre mapas e câmeras fotográficas. Mesmo assim, a menos que você seja muito rico, não dá para visitar uma grande cidade européia sem fazer uso do metrô.
Andar de ônibus também é agradável porque se pode observar a cidade de um jeito um pouco menos cansativo. Mas isso depende muito do horário e do trajeto. Na hora do rush, nos grandes centros, os ônibus ficam muitos cheios e as ruas completamente congestionadas.
De qualquer modo, lá, ao menos, a rede de transportes públicos é eficiente.
É possível, ainda, nas grandes cidades, alugar-se uma bicicleta. Esse é um sistema que tem se popularizado muito, principalmente entre os turistas mais jovens. As bicicletas estão sempre nos pontos estratégicos e, para alugá-las, basta efetuar o pagamento com um cartão de crédito, numa máquina que fica ali , bem ao lado das bikes. O cartão vai cobrando o tempo de uso até que a bicicleta seja devolvida numa dessas áreas espalhadas pela cidade. É um sistema inteligente que funciona muito bem.
Os trens são também muito difundidos na Europa e fazem conexões com todas as grandes estações de metrô. Assim, de trem tanto se pode ir à periferia da cidade como aos aeroportos, cidades mais distantes e até a um outro país!
Fico maravilhada com o sistema de transportes que se tem por lá. E com uma pontinha de inveja também.
Mas do que gosto mesmo é de calçar um sapatinho bem cômodo e sair batendo pernas por aí...