terça-feira, 31 de agosto de 2010

Quem sou eu? Quem são vocês?



A coisa de que mais gosto quando viajo é ver como são e como vivem as pessoas dos lugares por onde passo. Não tem nada melhor do que andar pelas ruas e olhar. Simplesmente olhar. 

Ah! tem coisa melhor, sim. Melhor do que isso é sentar-se num banco de praça ou, ainda, num café e deixar-se ficar  observando o movimento.

É aí que minha imaginação viaja.

Fico horas tentando adivinhar quem são as pessoas que passam, roteirizando suas vidas, dando-lhes nomes, apelidos, estado civil, profissões, preferências e manias. Gosto de observar os detalhes, como se vestem, o que comem, algum tique nervoso existente ou inventado.

Imagino que passantes e garçons, ao me verem solitária e aparentemente alheia a tudo também devem ficar  criando teorias a meu respeito. Quem será essa mulher? O que será que tanto olha? Por que será que escreve tão depressa naquele caderninho ensebado? 

Divirto-me com esse suposto jogo. E, por vezes, gosto de instigar a curiosidade alheia. Imagino o que devem estar imaginando sobre mim e embarco no personagem imaginariamente criado por quem minha imaginação criou.  

Muito complexo? Ótimo. E quem quer uma vidinha previsível, pequenininha, linear?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Praças, parques, bosques, florestas!




Pela janela da casa da Isabela, vejo as folhas das árvores dançando ao ritmo do vento gelado. 

Ainda é agosto, mas o vento sempre faz concorrência com o tímido sol e já tem esfriado bastante, principalmente à noite.

Nesta época, os postes das ruas ainda estão enfeitados de flores coloridas. E isso ameniza muito o aspecto cinzento desta terra chuvosa por excelência. Sinto inveja por estas flores. 

Minha São Paulo cinzenta também poderia ser enfeitada de flores. E poderia também ter tantas praças com roseiras incríveis e intocadas, onde crianças, jovens, adultos e velhos ocupam gramados e bancos e até almoçam ao ar livre, quando faz sol.  

Aqui as pessoas se apropriam dos espaços públicos com respeito e segurança. 
É uma coisa muito bonita de se ver.

Desde que cheguei, tenho passeado pelas ruas e praças de Archway e Highgate, bairro vizinho. 
As ruas são sempre arborizadas e  há praças e parques lindos por aqui!

Adorei ver patinhos no lago do parque Waterlow, que fica ao lado de um cemitério muito antigo onde está enterrado Karl Marx. No cemitério, havia uma infinidade de pássaros com imensos rabos azuis e os esquilinhos se divertiam entre as tumbas seculares. 

No sábado passado, dia 28, fomos passear em Highgate, que fica na zona três de Londres, já mais afastada do centro. Depois de andar por uma avenida lindíssima ladeada de árvores, chegamos a Highgate Wood, uma verdadeira floresta, onde vários bichinhos  vivem à solta.

O bosque é enorme e tem muitas entradas. E eu pude ver diversas famílias, crianças, jovens, idosos, chegando e saindo de lá, desfrutando daquele espaço público à sua disposição.

Essa faceta verde de Londres me encanta e me faz sentir uma vontade danada de "importar" esses valores para a minha cidade. 

Quem sabe um dia?


Início de conversa

NOVAMENTE em Londres. 

Novamente de um jeito completamente novo. 
Diferente. 
O legal de uma viagem é que ela é sempre única. Pessoal e intransferível. 
Por mais dicas que se tente pegar sobre lugares, as descobertas são sempre individuais e dependem de uma série de fatores, para serem boas ou não. 
O passeio pode ser lindo, mas o seu humor pode estar péssimo e essa viagem, com toda a certeza, vai ser uma droga. Você pode estar cheio de expectativas, mas a chuva ou o frio podem te impedir de ver tudo que havia planejado. 
Também você pode chegar a um lugar sem saber  nada sobre ele e ali descobrir coisas, ou conhecer pessoas que vão mudar seu olhar para a vida de um jeito inacreditável. 
Cada um faz a SUA viagem. Sozinho ou acompanhado. 
Uma viagem simplesmente acontece. Quanto mais imprevisível e aberta, melhor. 
É claro que ter um roteiro sempre ajuda. Até para você perceber o quanto se desviou dele. 
Para mim, viajar é essencial. É quando me sinto realmente viva e feliz.